Era uma tarde cinzenta, o céu pesado reflectia o que João sentia no coração. Ele estava sentado na beira da cama, perdido em pensamentos que o atormentavam dia e noite. Quando ele via aquelas pessoas a fazerem tanta maldade, seu peito se enchia de uma raiva misturada com impotência. A crueldade parecia não ter fim, e ele questionava como podia suportar tamanha injustiça.
"Se eu fosse militar ou polícia", pensava, "poderia pegar na minha arma e acabar com tudo isso. Bastaria um gesto, uma decisão, e talvez o tormento terminasse." Mas, no fundo, ele sabia que nunca conseguiria. Apesar da revolta que carregava, algo dentro dele o impedia. Era a consciência de que a violência só perpetua o ciclo que ele tanto queria romper.
O peso dessas ideias o deixava triste e magoado. Ele se perguntava por que tinha de suportar aquilo, por que o mundo podia ser tão cruel e por que ele parecia estar sozinho em sua dor. Mas, mesmo na escuridão dos seus pensamentos, uma faísca de esperança surgia. Lembrou-se das palavras de sua avó, que sempre lhe dizia: "A maior força de um homem não está em suas armas, mas na sua capacidade de transformar o ódio em algo maior."
Inspirado por essa lembrança, João decidiu que, em vez de ser consumido pelo desejo de vingança, ele usaria sua dor como combustível para fazer a diferença. Inscreveu-se em um curso de mediação de conflitos, onde poderia aprender a lidar com situações difíceis e ajudar outras pessoas a superar o ódio e a violência. Aos poucos, percebeu que não precisava de uma arma para mudar as coisas, mas de coragem para enfrentar a realidade de maneira diferente.
E assim, o que começou como uma angústia profunda se transformou em um propósito maior: João encontrou uma nova maneira de lutar, não com violência, mas com empatia e determinação para criar um mundo melhor.
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